Acordo UE-Mercosul: tudo o que você precisa saber
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul chegou oficialmente ao fim de 2023 e já está mudando a forma como empresas brasileiras compram e vendem para a Europa. A gente tem um panorama rápido do que mudou, onde estão as oportunidades e quais cuidados você deve ter para não cair em armadilhas.
Primeiro, vale lembrar que esse tratado elimina boa parte das tarifas sobre produtos como carne bovina, açúcar, café, frutas e vinhos. Isso significa que o preço final desses itens pode ficar mais competitivo nas prateleiras europeias, e o brasileiro pode ter acesso a mais produtos importados com preço menor.
Principais benefícios para o Brasil
Para quem produz, a grande notícia é a ampliação de mercados. Um produtor de carne de corte, por exemplo, agora pode exportar para a UE com tarifas quase nulas, o que abre portas para contratos maiores e mais rentáveis. Da mesma forma, quem trabalha com soja ou milho ganha mais espaço nas cadeias de suprimento europeias.
No lado da importação, os setores que dependem de máquinas, insumos agrícolas e equipamentos de tecnologia avançada podem aproveitar a queda das tarifas. Isso reduz custos de produção e pode gerar um salto de qualidade nos produtos finais.
Além da redução de tarifas, o acordo traz regras mais claras sobre certificação, boas práticas ambientais e direitos de trabalho. Isso ajuda a melhorar a reputação dos produtos brasileiros no exterior e pode atrair investidores que buscam cadeias de suprimento sustentáveis.
Desafios e cuidados na prática
Mesmo com as vantagens, o acordo traz algumas exigências que você precisa atender. A UE tem padrões rigorosos de rastreabilidade e controle de qualidade. Se sua empresa ainda não possui sistemas de certificação, pode ser preciso investir em auditorias e adaptações.
Outro ponto importante é a concorrência. Países como a Argentina e o Chile também ganham acesso ao mercado europeu, então a disputa por prateleiras pode ficar mais acirrada. Diferenciar seu produto, seja por qualidade, origem ou certificação, é fundamental.
Ficar de olho nas regras de origem também evita surpresas. Alguns produtos só têm tarifa zero se a matéria‑prima vier de dentro do Mercosul. Misturar componentes de fora pode fazer a taxa voltar a cobrar.
Por fim, esteja atento às questões burocráticas. Apesar da promessa de simplificação, ainda existem procedimentos aduaneiros que podem atrasar a liberação de mercadorias. Contar com um despachante experiente pode evitar dores de cabeça.
Em resumo, o Acordo UE-Mercosul abre muitas portas, mas exige planejamento. Avalie seus custos de adaptação, alinhe sua produção às exigências europeias e use a redução de tarifas a seu favor. Assim, você transforma o acordo em um impulso real para o seu negócio.