Venezuela vence Bolívia e crise no aeroporto gera tensão após Eliminatórias da Copa

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jun, 7 2025

Vitória tranquila da Venezuela e pesadelo boliviano fora de campo

A noite de 6 de junho de 2025 começou bem para a torcida venezuelana. No estádio Monumental de Maturín, a Venezuela dominou a Bolívia e garantiu três pontos importantes nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. O placar foi aberto logo aos cinco minutos com um lance curioso: o zagueiro boliviano H. Cuellar tentou cortar uma jogada cruzada, mas mandou a bola contra o próprio patrimônio. Pouco depois, Salomón Rondón, principal atacante venezuelano e ídolo local, ampliou de cabeça aos 30 minutos, consolidando o triunfo dos donos da casa ainda no primeiro tempo.

O técnico Fernando Batista apostou em mudanças na segunda etapa, dando mais velocidade à equipe com a entrada de Yeferson Soteldo. Pelo lado boliviano, o técnico Antonio Carlos Zago precisou mexer cedo, trocando Cuellar por Moisés Villarroel no intervalo, tentando recuperar o moral do grupo e ajustar a defesa após o gol contra.

Bloqueio no aeroporto e acusações de sabotagem

Bloqueio no aeroporto e acusações de sabotagem

Se dentro de campo o time boliviano já havia encontrado dificuldades, o cenário ficou ainda pior depois do apito final. Quando a delegação chegou ao aeroporto de Maturín para embarcar de volta a La Paz, foi pega de surpresa por ordem das autoridades aeroportuárias venezuelanas: o embarque não seria autorizado. Segundo os venezuelanos, havia "problemas no tráfego aéreo" — uma justificativa difícil de engolir, já que o aeroporto estava praticamente vazio e com movimentação mínima de voos naquele horário.

O grupo boliviano ficou retido por horas, sem informações claras, até ser obrigado a retornar ao hotel, frustrando o planejamento logístico para o duelo crucial contra o Chile já no dia 10, em solo boliviano. Só o desgaste da espera já virou um problema para comissão técnica e atletas, que precisam recuperar energias em curto prazo.

Harold Howard, chefe de logística da Bolívia, negou qualquer tipo de irregularidade nos documentos e foi direto ao ponto: chamou o caso de sabotagem. A indignação também tomou conta dos dirigentes esportivos bolivianos, que recorreram ao governo de La Paz e ao Itamaraty local para intervir e pressionar por uma solução. Óscar Villegas, técnico da equipe, disse ter ficado surpreso, já que, segundo ele, o voo havia sido combinado com antecedência, inclusive com representantes do governo boliviano fazendo parte da organização.

A confusão rapidamente ganhou repercussão nos principais meios de comunicação bolivianos, aumentando a temperatura entre os dois países. Nas redes sociais, torcedores e políticos bolivianos chegaram a acusar o governo Nicolás Maduro de usar o futebol como instrumento de pressão diplomática. A Federação Boliviana de Futebol também divulgou nota cobrando respeito e garantindo que usaria de todos os meios para evitar que a seleção fosse prejudicada na sequência da competição.

Com o resultado, a Venezuela segue com chances reais na luta por uma vaga no Mundial, fazendo do Monumental de Maturín um ponto forte em sua campanha. Já a Bolívia, além dos problemas técnicos em campo, agora carrega o peso de um episódio diplomático que pode influenciar seu rendimento na sequência da competição. O clima entre as equipes segue tenso, e resta saber se os próximos capítulos trarão ajustes diplomáticos ou novos embates dentro e fora dos gramados.