Na noite de sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, o Chase Center, em San Francisco, virou um circo de emoções. O Golden State Warriors perdeu por 127-120 para o Minnesota Timberwolves, mesmo com Stephen Curry voltando de uma lesão e fazendo 39 pontos — seu melhor desempenho desde o início da temporada. O jogo, que teve 27 trocas de liderança, foi o primeiro entre as equipes desde que os Timberwolves eliminaram os Warriors na segunda rodada dos playoffs de 2025. E o mais curioso? Os dois times jogavam sem seus astros principais: Edwards, do Minnesota, e Green, do Golden State.
Curry volta com fogo, mas não basta
Curry entrou em quadra como se nunca tivesse saído. Nos primeiros minutos, ele acertou os três primeiros arremessos — incluindo dois de três pontos — e anotou oito dos primeiros 12 pontos dos Warriors. Era o mesmo jogador que já foi campeão duas vezes como artilheiro da NBA. Mas o fogo dele não foi suficiente. A defesa do Minnesota, liderada por Rudy Gobert, não cedeu espaços. O francês de 33 anos, que chegou ao time no verão passado, fez 24 pontos e 14 rebotes, dominando a pintura e bloqueando tentativas de curva que seriam normais contra outras equipes.
A noite dos não-estrelas
Enquanto Curry brilhava, o verdadeiro herói foi Donte DiVincenzo. O armador de 27 anos, muitas vezes esquecido nas listas de jogadores-chave, acertou um arremesso de três pontos com apenas 28 segundos no relógio, colocando o Minnesota em vantagem de cinco pontos — e praticamente selando o jogo. Ele terminou com 21 pontos, seis rebotes e quatro assistências. E não foi só ele. Julius Randle, de 30 anos, fez 27 pontos, nove rebotes e seis assistências, enquanto Naz Reid, o centro reserva de 25 anos, surpreendeu com 18 pontos e sete assistências — quase como um ponto de apoio ofensivo no banco.
Os que faltaram e o peso da ausência
O Timberwolves jogou sem Anthony Edwards, seu ala de 23 anos, que está de fora por dor no pé direito. Sem ele, o time precisou de mais equilíbrio — e encontrou. Já os Warriors perderam Draymond Green, o coração defensivo e o líder vocal da equipe. Sem ele, a organização ofensiva desmoronou nos momentos decisivos. O jogo virou um caos controlado: 27 lead changes, o segundo maior número da temporada. E o quarto quarto? Foi o capítulo mais dramático. O Minnesota fez uma sequência de 20-7, abrindo vantagem de 10 pontos. Curry e Moses Moody responderam com dois triples seguidos, reduzindo para 108-104. Mas quando os Warriors chegaram a liderar por 118-117, Gobert respondeu com um dunk brutal — e DiVincenzo fechou a porta com o tripla decisivo.
Um jogo que vai além do placar
Esta não foi só uma vitória no calendário. Foi uma revanche. Em maio de 2025, o Timberwolves eliminou os Warriors em Game 5 da segunda rodada dos playoffs — o primeiro título de série da franquia em duas temporadas consecutivas. Antes disso, os Timberwolves tinham sido eliminados nos playoffs desde 2004. Agora, são um time com identidade. Já os Warriors, que surpreenderam ao eliminar o segundo colocado Houston como sétimo seed, agora enfrentam uma crise de identidade. Jimmy Butler, que chegou em novembro, fez 15 pontos e oito rebotes, mas não é o mesmo líder que foi na época de Miami. A equipe parece perdida entre o passado glorioso e o presente incerto.
O que vem a seguir?
Na próxima quarta-feira, 14 de dezembro, o Timberwolves recebe o Sacramento Kings no Target Center, enquanto os Warriors viajam para Portland enfrentar os Trail Blazers. Ambos os jogos são cruciais para a disputa da oitava vaga nos playoffs da Conferência Oeste. O Minnesota, com 49 vitórias e 29 derrotas, está na sexta posição. O Golden State, com 48 vitórias e 34 derrotas, luta para manter o ritmo. E se Edwards não voltar em breve? A pressão aumenta. E se Curry continuar fazendo 35+ pontos, mas o time perder? A pergunta que fica é: até quando o basquete de um gênio pode compensar a falta de profundidade?
Um pouco de contexto histórico
Os Timberwolves, que nunca venceram um título da NBA, estão vivendo seu melhor momento desde 2004. Em 2024, foram eliminados na primeira rodada. Em 2025, chegaram às semifinais da Conferência Oeste. Já os Warriors, que venceram cinco títulos entre 2015 e 2022, parecem estar em uma transição lenta. A geração de Curry, Klay Thompson e Green está envelhecendo. A nova geração — Post, Moody, Jonathan Kuminga — ainda não tem a mesma confiança. O jogo de sexta-feira foi um sinal: o futuro do basquete da NBA pode não estar mais em Oakland. Pode estar em Minneapolis.
Frequently Asked Questions
Por que o jogo teve tantas trocas de liderança?
O jogo teve 27 lead changes, o segundo mais da temporada, porque ambas as equipes tinham ataque potente, mas defesas inconsistentes. O Minnesota não tinha Edwards, e o Golden State não tinha Green, o que desequilibrou a organização defensiva. Isso gerou um jogo aberto, com muitos arremessos de três pontos e transições rápidas — o que favoreceu o ritmo acelerado.
Como a ausência de Anthony Edwards afetou o Timberwolves?
Sem Edwards, o time perdeu seu principal criador de jogadas e seu maior ameaça de ataque. Mas isso forçou outros jogadores como Randle, Gobert e DiVincenzo a assumirem responsabilidade. Surpreendentemente, o time se tornou mais equilibrado, com cinco jogadores anotando mais de 18 pontos — algo raro em times que dependem de uma única estrela.
O que significa para os Warriors perderem assim, depois de tantas vitórias nos playoffs?
A derrota mostra que o time não tem mais a mesma força defensiva e coesão de 2022. Curry é incrível, mas não pode carregar sozinho uma equipe sem profundidade. A ausência de Green, que organizava a defesa e falava com os colegas, foi sentida. Os Warriors precisam de mais jogadores confiáveis no banco — e rápido.
Rudy Gobert realmente transformou o Timberwolves?
Sim. Antes dele, o time tinha um problema crônico de defesa na pintura. Gobert não só bloqueia arremessos, mas também muda o comportamento ofensivo dos adversários. Ele é o único jogador da NBA com mais de 12 rebotes e 20 pontos em três jogos seguidos esta temporada. Seu impacto vai além das estatísticas: ele deu confiança ao time inteiro.
Qual é o próximo grande desafio para o Minnesota?
Manter o ritmo sem Edwards. Se ele não voltar até o final de janeiro, o time precisará ajustar seu sistema ofensivo para depender menos de explosões individuais e mais de movimentação coletiva. O treinador Chris Finch já está testando novas formações — e o sucesso contra o Warriors pode ser o sinal de que estão no caminho certo.
O jogo de sexta-feira foi um sinal de que os Warriors estão acabando?
Não exatamente. Mas é um alerta. A equipe ainda tem Curry, Butler e uma base sólida. Porém, sem Green e com uma geração mais nova ainda em desenvolvimento, os Warriors estão em uma encruzilhada. Se não encontrarem mais um jogador defensivo de qualidade, podem cair para fora da briga por playoffs em 2026.