Boca Juniors: Jejum histórico e clima de crise nos 120 anos
Pense em festa de aniversário arruinada: é o que está rolando com o Boca Juniors e o Sport Recife. Os dois gigantes, cada um no seu país, atravessam um vexame esportivo digno de virar caso de estudo justo quando comemoram 120 anos. E olha, não dá para dizer que é pouca coisa. Os argentinos superaram o próprio recorde negativo: são 103 dias sem vencer, o que significa 11 partidas acumulando tropeços. Nem em 1957 nem em 2021, piores marcas anteriores, tinham ficado tanto tempo em branco.
A pressão bate forte nas portas de La Bombonera. Riquelme, ídolo eterno e hoje presidente, precisa administrar incêndios por todos os lados. Depois de uma briga barulhenta com o técnico Miguel Ángel Russo, o experiente Marcos Rojo, que já tem 35 anos, foi afastado do elenco — e deve cair nos braços do Estudiantes, rival tradicional. Os defensores Marcelo Saracchi e Cristian Lema também foram afastados. Basta olhar para ver: o clima em Buenos Aires não é dos mais festivos.
E não para por aí... as campanhas recentes são de fazer qualquer torcedor perder a paciência. O Boca caiu já na fase preliminar da Libertadores, dentro da própria casa, para o Alianza Lima. O vexame se repetiu na Copa Argentina, no Apertura e até na Club Cup, onde ficaram num empate sem sal com o semi-amador Auckland City. Sobrou só o Clausura, e mesmo isso já parece pouco para um clube tão acostumado a brigar por tudo.
Derrotas dentro e fora de casa — E o Sport Recife não escapa
Na arena internacional, a situação continua difícil. O confronto mais recente do Boca no Mundial de Clubes expôs ainda mais a má fase. Foram derrotados pelo Bayern de Munique: Kane marcou cedo, Miguel Merentiel ainda tentou reacender a esperança argentina, mas Michael Olise fez o gol que garantiu os alemães na fase seguinte. O roteiro de pesadelo não tem dado trégua.
E, para completar, os próximos jogos também carregam a tensão de possíveis desastres: tem duelo contra o Racing, depois Estudiantes de La Plata, e nada menos que o clássico diante do River Plate — jogo que, agora, parece tanto oportunidade de redenção quanto armadilha pronta.
Longe de Buenos Aires, mas em situação idêntica, o Sport Recife vive um cenário quase espelhado: crise técnica, ambiente pesado, festas de aniversário às moscas. Essa coincidência chamou a atenção até de analistas gringos e virou tema entre torcedores nos bares e redes sociais. Raramente se vê dois clubes centenários, cada um símbolo no seu país, patinando justamente no ano que era para ser só de comemoração.
Futebol costuma guardar ironias. Nenhum calendário prepara o torcedor para o pesadelo de ver o time do coração mais perdido do que cego em tiroteio exatamente na hora de soprar velinhas e relembrar conquistas. Mas, entre protestos e incertezas, Boca Juniors e Sport deixam claro: até as maiores camisas atravessam, um dia, o pior aniversário de suas vidas.
johnny dias
agosto 10, 2025 AT 04:53103 dias sem vencer? Cara, isso é mais tempo que eu durmo sem acordar com fome. Boca tá mais perdido que eu no shopping sem celular.
Iara Rombo
agosto 10, 2025 AT 22:23Essa crise não é só de resultados, é de identidade. O Boca, que já foi sinônimo de raça, agora parece um time de férias coletivas com camisa. A gestão de Riquelme, por mais que ele seja ídolo, parece um filósofo tentando consertar um motor com poesia. Não adianta ter história se não tem estratégia. E o Sport? É o mesmo fenômeno: tradição sem planejamento é só ornamento no museu da dor.
Quando o clube deixa de ser projeto e vira lembrança, o aniversário vira velório. E o pior? Ninguém quer admitir que o problema é estrutural. É mais fácil culpar o técnico, o jogador, o árbitro - mas o núcleo está podre. E isso não se conserta com gritos na Bombonera.
Cheryl Ferreira
agosto 11, 2025 AT 06:06É importante contextualizar: o Boca Juniors, fundado em 1905, já conquistou 7 Libertadores e 3 Mundiais. O Sport, fundado em 1905, tem 8 títulos nacionais. Ambos são pilares históricos do futebol sul-americano. A atual crise, embora dramática, não anula o legado - mas exige reformulação institucional. A ausência de um projeto de base coeso, aliada à gestão reativa e ao excesso de influência de ex-jogadores sem formação técnica, é o cerne do problema. A pressão por resultados imediatos sufoca o desenvolvimento sustentável. É preciso coragem para desmontar o que não funciona - mesmo que isso signifique sacrificar ícones.
Laís Norah
agosto 12, 2025 AT 07:25Eu não torço pra nenhum dos dois, mas isso aqui me deu uma tristeza enorme. Imagina crescer torcendo por um time que, no seu aniversário de 120 anos, só tem derrota pra mostrar. É como ver o seu avô, que já foi forte, agora sem forças pra levantar a xícara. E ninguém sabe o que fazer. Só olhar, calado.
Rodrigo Junges
agosto 13, 2025 AT 13:22Se o Boca tá assim, o Sport tá pior. Pelo menos o Boca ainda tem gente que lembra como ganhar. O Sport tá no fundo do poço com o pé na cova e o técnico ainda tentando explicar que o problema é a bola. Cada jogo é um filme de terror sem final. E o pior: ninguém faz nada. Só falam. E torcedor? Torcedor tá mais perdido que cachorro em dia de tempestade.
Luciana Castelloni
agosto 15, 2025 AT 09:58Essa coincidência de dois clubes centenários enfrentando crise simultânea é, na verdade, um espelho do futebol moderno: o peso da história não protege ninguém. O que antes era orgulho virou expectativa pesada. Ainda que o Boca e o Sport sejam símbolos, a realidade exige adaptação - e não apenas nostalgia. A solução não está em trocar técnicos ou afastar jogadores velhos, mas em reconstruir a base: infraestrutura, educação de jovens, transparência. O aniversário não deveria ser um marco de lamento, mas de renascimento. Ainda dá tempo. Só precisa de coragem - e não de lágrimas.