Crise histórica une aniversários de Boca Juniors e Sport: 120 anos de decepções em campo

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Romiro Ribeiro 9 agosto 2025

Boca Juniors: Jejum histórico e clima de crise nos 120 anos

Pense em festa de aniversário arruinada: é o que está rolando com o Boca Juniors e o Sport Recife. Os dois gigantes, cada um no seu país, atravessam um vexame esportivo digno de virar caso de estudo justo quando comemoram 120 anos. E olha, não dá para dizer que é pouca coisa. Os argentinos superaram o próprio recorde negativo: são 103 dias sem vencer, o que significa 11 partidas acumulando tropeços. Nem em 1957 nem em 2021, piores marcas anteriores, tinham ficado tanto tempo em branco.

A pressão bate forte nas portas de La Bombonera. Riquelme, ídolo eterno e hoje presidente, precisa administrar incêndios por todos os lados. Depois de uma briga barulhenta com o técnico Miguel Ángel Russo, o experiente Marcos Rojo, que já tem 35 anos, foi afastado do elenco — e deve cair nos braços do Estudiantes, rival tradicional. Os defensores Marcelo Saracchi e Cristian Lema também foram afastados. Basta olhar para ver: o clima em Buenos Aires não é dos mais festivos.

E não para por aí... as campanhas recentes são de fazer qualquer torcedor perder a paciência. O Boca caiu já na fase preliminar da Libertadores, dentro da própria casa, para o Alianza Lima. O vexame se repetiu na Copa Argentina, no Apertura e até na Club Cup, onde ficaram num empate sem sal com o semi-amador Auckland City. Sobrou só o Clausura, e mesmo isso já parece pouco para um clube tão acostumado a brigar por tudo.

Derrotas dentro e fora de casa — E o Sport Recife não escapa

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Na arena internacional, a situação continua difícil. O confronto mais recente do Boca no Mundial de Clubes expôs ainda mais a má fase. Foram derrotados pelo Bayern de Munique: Kane marcou cedo, Miguel Merentiel ainda tentou reacender a esperança argentina, mas Michael Olise fez o gol que garantiu os alemães na fase seguinte. O roteiro de pesadelo não tem dado trégua.

E, para completar, os próximos jogos também carregam a tensão de possíveis desastres: tem duelo contra o Racing, depois Estudiantes de La Plata, e nada menos que o clássico diante do River Plate — jogo que, agora, parece tanto oportunidade de redenção quanto armadilha pronta.

Longe de Buenos Aires, mas em situação idêntica, o Sport Recife vive um cenário quase espelhado: crise técnica, ambiente pesado, festas de aniversário às moscas. Essa coincidência chamou a atenção até de analistas gringos e virou tema entre torcedores nos bares e redes sociais. Raramente se vê dois clubes centenários, cada um símbolo no seu país, patinando justamente no ano que era para ser só de comemoração.

Futebol costuma guardar ironias. Nenhum calendário prepara o torcedor para o pesadelo de ver o time do coração mais perdido do que cego em tiroteio exatamente na hora de soprar velinhas e relembrar conquistas. Mas, entre protestos e incertezas, Boca Juniors e Sport deixam claro: até as maiores camisas atravessam, um dia, o pior aniversário de suas vidas.