Relatório Preliminar do Acidente com Voo da Air India Aponta Falhas de Impulso e Questiona Treinamento da Tripulação

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Fernando Pacheco 12 julho 2025

O que trouxe o relatório preliminar do desastre da Air India

Ninguém esperava acordar com a notícia de uma tragédia aérea como a do voo 171 da Air India, que caiu em agosto de 2025 logo após decolar de Ahmedabad rumo a Londres Gatwick. O acidente matou 241 passageiros e ainda atingiu 19 pessoas em solo, marcando um dos momentos mais sombrios da aviação mundial. Agora, 30 dias depois, autoridades indianas receberam o aguardado relatório preliminar da Aircraft Accident Investigation Bureau (AAIB). O documento, produzido conforme o prazo imposto pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), detalha os primeiros achados, mas ainda deixa as perguntas mais duras sem resposta.

O resumo das investigações até aqui aponta para uma falha grave no sistema de impulso logo após a decolagem. O avião sequer chegou a atingir mil pés de altitude, despencando a apenas 625 pés e mergulhando diretamente numa área residencial densa. No chão, o cenário foi de destruição total. No meio de tanta perda, apenas um sobrevivente: Vishwas Kumar Prakash, sentado na poltrona 11A, virou personagem central desta história por escapar ileso do acidente – um milagre entre escombros e lembranças dolorosas.

Mas o relatório não se propôs a encontrar culpados nesta primeira etapa. Ao invés disso, ele compila evidências, como registros da caixa-preta, depoimentos de testemunhas e cronologia dos eventos. Segundo especialistas em segurança de voo, é comum que estes relatórios iniciais foquem em reconstruir o que ocorreu, deixando análises sobre causas diretas e responsabilidades para fases posteriores – o que, claro, não impede a ansiedade por respostas das famílias das vítimas.

Pressão por transparência e dúvidas sobre causas

Pressão por transparência e dúvidas sobre causas

O acidente jogou luz sobre pontos delicados: o treinamento dos pilotos e os métodos de manutenção dos aviões da companhia. Logo nos primeiros dias, associações de parentes, sindicatos do setor e até autoridades estrangeiras começaram a cobrar transparência total nas investigações. Há um clima de desconfiança porque, até agora, o conteúdo do relatório não foi divulgado ao público.

Os 53 britânicos que estavam no voo aumentaram ainda mais o peso internacional no caso. Veículos da imprensa mundial e ONGs de defesa dos direitos de passageiros cobram não só acesso ao documento como também explicações sobre possíveis falhas no sistema de formação de pilotos e supervisão das condições técnicas do avião. Afinal, como um Boeing lotado pode perder toda potência poucos minutos após sair do solo e ninguém estar preparado para uma emergência tão repentina?

  • Falha de impulso após a decolagem, gerando queda súbita.
  • Só um passageiro sobreviveu à desintegração do avião.
  • Famílias de vítimas querem respostas rápidas e acesso ao relatório.
  • Atraso na divulgação gera boatos e tumultua investigações.

Entre ex-funcionários da Air India ouvidos reservadamente, circula a suspeita de sobrecarga na agenda de voos e treinamento apressado para novos pilotos. A AAIB promete ir a fundo na análise das gravações de cabine para entender se houve erro humano, imperícia ou se a catástrofe veio por problemas inesperados nos motores e sistemas eletrônicos – dois tópicos que, juntos, têm potencial para remodelar políticas de segurança em toda a aviação do país.

Nenhuma palavra até agora foi suficiente para acalmar quem perdeu parentes ou para os que têm medo de que falhas sistêmicas voltem a causar uma tragédia dessas proporções. O relatório final pode ainda estar distante, mas a busca por explicações honestas e mudanças concretas está só começando.