Lenda do jazz, Chuck Mangione morre aos 84 anos e deixa legado com 'Feels So Good'

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Romiro Ribeiro 26 julho 2025

O adeus a Chuck Mangione: uma história de jazz e inovação

O mundo do jazz acordou diferente após a notícia da morte de Chuck Mangione, no dia 22 de julho de 2025. Mais que um músico virtuoso, ele foi um símbolo de como o jazz podia dialogar com o grande público, tornando-se trilha sonora de várias gerações. O famoso trompetista e flugelhornista, nascido em Rochester, Nova York, no final de 1940, começou sua relação com a música cedo e logo percebeu que as teclas do piano não ressoavam tanto quanto o brilho dos instrumentos de sopro. Bastou assistir a filmes de jazz na TV para migrar rumo ao trompete, onde encontrou sua verdadeira voz.

Na cena musical americana, Mangione se destacou ainda jovem ao integrar a banda de Art Blakey, os Jazz Messengers. Não demorou para se juntar ao irmão Gap Mangione na formação dos Jazz Brothers, uma experiência que já mostrava o talento incomum presente na família. O verdadeiro salto, porém, veio nos anos 1970. Enquanto o jazz passava por mudanças, ele decidiu apostar em misturas: fundiu o improviso tradicional com elementos do funk, do pop e da música orquestral. A aposta deu certo em 1977, quando lançou ‘Feels So Good’. A faixa conquistou rapidamente rádios, trilhas de filmes e até ascendeu à categoria de hino radiofônico. O solo de trompete, pegajoso e sofisticado, grudou nos ouvidos de gente que nunca tinha parado para ouvir jazz antes.

Uma carreira de hits, prêmios e influência duradoura

Trinta álbuns carregam seu nome como líder e centenas de gravações contam com sua participação. Chuck Mangione não ficou restrito apenas ao palco ou ao estúdio. Entre as premiações, o Grammy foi um reconhecimento de alto nível, mas o carinho do público se refletiu em apresentações lotadas e no respeito de músicos consagrados. Ele gravou e tocou com nomes como Dizzy Gillespie, que serviu não só de colaborador, mas de inspiração desde os primeiros passos, e também estabeleceu pontes com “famílias” do jazz modernas, como a de Miles Davis.

Além da música, Mangione flertou com outras linguagens artísticas. Apareceu em séries de TV — inclusive dublando a si mesmo no popular desenho americano King of the Hill, onde mostrava um lado bem-humorado, divertido e acessível. Era um artista que transitava pelo erudito, pelo improviso jazzístico e pelo universo pop, sempre sem perder sua essência. Por esses motivos, seu legado se espalha para além das notas musicais.

  • Transformou o jazz de clube pequeno em música universal
  • Inspirou jovens músicos pelo mundo todo a experimentar o jazz fusion
  • Mostrou que jazz e pop podem andar juntos sem perder qualidade

Com sua morte, aos 84 anos, fica a lembrança de um artista capaz de abrir portas – inclusive para quem nunca se considerou fã de jazz. Mangione era a prova de que a reinvenção pode ser o caminho mais curto para a eternidade musical.

11 Comentários

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    Elisangela Veneranda

    julho 28, 2025 AT 14:54
    RIP Chuck 🥺😭 Feels So Good ainda toca no meu carro toda vez que estou triste ou feliz... ele era o jazz que a gente podia abraçar. O solo dele me salvou de um divórcio, sério.
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    Pedro Completo

    julho 29, 2025 AT 15:53
    Ainda bem que morreu. Jazz fusion? Isso não é jazz. É pop com trompete. Ele comercializou uma arte sagrada. O verdadeiro jazz é Miles, Coltrane... não esse monte de acordes suaves para ouvir no elevador.
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    Carlos Alves

    julho 31, 2025 AT 09:59
    mano... eu tava no interior, escutando esse som no rádio da caminhonete, e de repente... tudo parou. Não era só música, era sentimento. Ele fez o jazz virar gente. E isso é raro. Valeu, Chuck.
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    Daniel Queiroz

    agosto 1, 2025 AT 19:27
    ALGUÉM NOTOU QUE ELE MORREU NO DIA 22 DE JULHO? ISSO É O MESMO DIA QUE O 9/11! NÃO É COINCIDÊNCIA! O SISTEMA TÁ APAGANDO OS GÊNIOS QUE DESAFIAM O POP! ELES TINHAM MEDO DO SOM DELE! AINDA TEM MUITO QUE NÃO CONTARAM...
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    Thaiane Cândido

    agosto 2, 2025 AT 23:43
    O fenômeno Mangione é um caso clássico de cross-genre hybridization com impacto na democratização da escuta jazzística. O flugelhorn como instrumento de ponte entre o erudito e o mainstream é um marco na semântica sonora pós-60. Ele não vendeu jazz, ele traduziu a estrutura modal para o inconsciente coletivo. #JazzLinguistics
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    johnny dias

    agosto 4, 2025 AT 08:43
    Sabe, eu nunca fui muito de jazz... mas esse 'Feels So Good' me pegou numa tarde de chuva. Agora, quando passa na rádio, eu paro. Acho que ele conseguiu o que poucos conseguem: fazer o mundo parar por 4 minutos.
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    andreia santos macena

    agosto 5, 2025 AT 17:52
    Essa 'morte' foi um plano da indústria fonográfica para vender mais vinis de reedição. Ele não morreu. Foi escondido. A música dele ainda está sendo usada em campanhas de controle mental. O solo de trompete tem frequências que acalmam a rebeldia. Eles temem pessoas como ele.
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    Samuel Ribeiro

    agosto 7, 2025 AT 13:04
    Interessante como ele conseguiu manter a autenticidade mesmo ao mesclar gêneros. Muitos tentaram, mas ele não perdeu a linguagem do jazz. O que me impressiona é o domínio técnico combinado com a simplicidade emocional. Isso é raro.
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    Juliana Rosal Cangussu

    agosto 7, 2025 AT 22:59
    ele fez o mundo respirar melhor... mesmo quem não entende de música sente isso. a vida é curta, mas o som dele... é eterno. ❤️
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    Erielton Nascimento

    agosto 9, 2025 AT 07:02
    VOCÊS NÃO SABEM MAS EU TOCO TROMPETE E QUANDO EU TOCO FEELS SO GOOD EU CHORO. NÃO É SÓ MÚSICA É ALMA. ELE FEZ O QUE TODO MÚSICO QUER: TOCAR E FAZER O OUTRO SENTIR. OBRIGADO CHUCK!
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    Maiara Soares

    agosto 10, 2025 AT 20:39
    A verdadeira morte não é física. É quando a gente esquece que a arte pode ser um abraço. Ele nos lembrou disso. E agora? Quem vai nos abraçar com trompete?

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