
Quando Will Cheng, fundador e CEO da DiDi, anunciou R$ 2 bilhões no 99Food na segunda‑feira, 15 de setembro de 2025, em Brasília, o Brasil ganhou um impulso inesperado no segmento de delivery. O encontro contou ainda com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Jean Liu, cofundadora e Chief People Officer da DiDi, além de Stephen Zhu, Head do Grupo de Negócios Internacionais, e Simeng Wang, diretor‑geral da 99 no país. O objetivo: levar o serviço de entrega de comida a 15 cidades até o fim de 2025 e, depois, a 20 cidades até janeiro de 2026, ampliando drasticamente a presença que hoje se restringe a São Paulo e Goiânia. A decisão pode mudar a forma como milhões de brasileiros pedem refeições, ao mesmo tempo em que cria um novo padrão de condições para entregadores.
Contexto do mercado de delivery no Brasil
O setor de delivery movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano, segundo estudo da Abrasel. Porém, 63% dos consumidores já desistiram de usar o serviço por causa dos custos, aponta pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Abrasel. Além do preço, a maioria (91%) considera o delivery essencial ao cotidiano, mas reclama da falta de transparência nas tarifas e das condições de trabalho dos entregadores.
Detalhes do investimento da 99Food
O aporte de R$ 2 bi será distribuído em três frentes principais:
- R$ 50 milhões para a criação de pontos de apoio – espaços com banheiros, áreas de descanso e água potável em todo o país, conforme explicou Simeng Wang.
- R$ 6 bilhões destinados a benefícios para entregadores: crédito para compra ou aluguel de motos e bicicletas elétricas, reforçando a estratégia de eletromobilidade da DiDi.
- O restante será investido em tecnologia, logística e campanhas de marketing para acelerar a expansão para as cidades‑alvo.
Ao dobrar o investimento anunciado em abril de 2025 (R$ 1 bi), a DiDi demonstra que vê o Brasil como peça-chave de sua ambição global de transformar a 99 em um superapp que reúne transporte, pagamentos e delivery.

Reações de executivos e autoridades
Will Cheng disse que “poucos mercados combinam escala, inovação e oportunidade como o brasileiro”. Jean Liu reforçou a missão de melhorar a vida das pessoas com serviços essenciais. Já o presidente Lula, ao saudar a iniciativa, destacou que “investimentos assim geram emprego, renda e mais oportunidades para os brasileiros”.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, opinou que “o modelo atual está quebrado”. Ele apontou que a proposta da 99Food – um “ganha‑ganha‑ganha” para consumidor, restaurante e entregador – chega num momento em que o setor precisa de reformulação.
Impactos esperados para entregadores e consumidores
Os pontos de apoio prometidos podem reduzir o estresse físico dos entregadores, que hoje enfrentam longas jornadas sem locais adequados para hidratação ou descanso. Já o crédito para veículos elétricos pode acelerar a adoção de frota mais limpa, diminuindo emissões nas grandes cidades.
Para os consumidores, a competição reforçada pode traduzir-se em tarifas mais baixas e maior variedade de restaurantes. Alguns analistas preveem que a entrada agressiva da 99Food pode forçar players como iFood e Rappi a reverem suas políticas de preços e benefícios.

Próximos passos e perspectivas
O cronograma oficial prevê que, até dezembro de 2025, as 15 cidades‑piloto incluam Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, além das já atendidas São Paulo e Goiânia. Se tudo correr conforme o plano, o número de cidades deve alcançar 20 até janeiro de 2026.
Entretanto, relatos do G1 sugerem que a 99Food pode mirá‑las em 100 cidades até meados de 2026, um salto ambicioso que exigirá coordenação logística e aprovação regulatória em cada município.
Enquanto isso, investidores acompanham de perto: as ações da DiDi, listadas na Bolsa de Hong Kong, subiram 4% na sessão seguinte ao anúncio, refletindo otimismo sobre a penetração no mercado latino‑americano.
Perguntas Frequentes
Como o investimento da 99Food pode beneficiar os entregadores?
Além dos R$ 50 milhões destinados a pontos de apoio, a DiDi disponibilizará R$ 6 bilhões em crédito para compra ou aluguel de motocicletas e bicicletas elétricas, facilitando o acesso a veículos menos poluentes e reduzindo custos operacionais dos entregadores.
Quais cidades receberão o serviço primeiro?
Até o fim de 2025, a 99Food deve operar em São Paulo, Goiânia, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, totalizando 15 cidades. O plano é ampliar para mais cinco até janeiro de 2026.
O que diz a pesquisa do Instituto Locomotiva sobre o delivery no Brasil?
A pesquisa indica que 91% dos consumidores consideram o delivery essencial, mas 63% já abandonaram o serviço por conta dos preços elevados, sinalizando forte demanda por um modelo mais justo e econômico.
Como a entrada da 99Food pode afetar os concorrentes?
Analistas acreditam que a expansão agressiva da 99Food pressionará iFood e Rappi a reduzir tarifas e melhorar benefícios para entregadores, gerando uma disputa que pode beneficiar consumidores e trabalhadores.
Qual a expectativa de longo prazo para o mercado de delivery brasileiro?
Se a 99Food alcançar a meta de 100 cidades até 2026, o mercado pode consolidar-se em poucos grandes players, cada um oferecendo um ecossistema completo de serviços, o que deve gerar mais inovação, preço mais competitivo e maior inclusão digital.
Camila Gomes
outubro 15, 2025 AT 23:33Gente, olha só a oportunidade que o 99Food trouxe pro Brasil! Com esse investimento de R$ 2 bi dá pra melhorar muito a vida dos entregadores, principalmente com aqueles pontos de apoio que vão ter banheiro e água potável. Também ajuda quem tá na correria do dia a dia, porque as tarifas podem ficar mais justas se a concorrência aumentar. Se a DiDi realmente colocar essa grana em tecnologia, a experiência de pedir comida pode ficar ainda mais rápida e prática. Bora ficar de olho nas primeiras cidades pra ver como tudo vai se desenrolar.